sábado, 13 de setembro de 2008

Silêncio


O teu silêncio congela a alma. Faz sentir que tão suave como é o frescor das manhãs a acariciar a pele da face o silêncio que vem de ti, corta tal qual uma navalha que sangra a alma. Esfacela e destroi. Silêncio, é isso que vem dai onde estais agora. Minutos em vão aqui a espera que digas uma única palavra, dê um simples gesto. Mas nada acontece. Os segundos passam, os minutos passam, as horas passam e ainda o teu silêncio a imperar. Penso em dizer-te algo, dar-lhe um sinal qualquer que aqui estou a sua espera, mas o medo me faz recuar. Teu silêncio me corrói por dentro, dilacera a minha alma, fazendo perder-me em emoções desconexas em busca de palavras para superar o medo de perder-te. Perde-te esse é meu maior medo. Vagar em busca de algo que expresse da maneira mais simples os meus sentimentos por ti, mas teu silêncio me condena a viver nessa tênue linha onde tatear para encontrar palavras certas para dizer-lhe é o meu destino. Em vão espero que olhes para mim com os mesmos olhos que daqui onde estou observo suas ações, imagino suas linhas, sonho com seu ser a elaçar-me em seus braços, mas o silêncio persiste e me recolho na espera que dê um sinal de que me ame, mesmo que esse amor não seja o ideal e o que sinto por ti. Silêncio sempre ele a se interpor, criando um abismo entre o que precisa ser dito e o que se deseja fazer. Apenas o silêncio aqui a me vigiar.

4 comentários:

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

O silêncio é a morada da sabedoria, mas também da dor.
Sim, o silêncio também dói. Mas ele é necessário.
Aprendi que confiar nas palavras é ilusório; e diante das palavras, o verdadeiro sentido surge através do silêncio.
As palavras são como bolhas de sabão: frágeis e inconsistentes, desaparecem quando em contato prolongado com o ar, não podem revelar o que já está revelado desde o Primeiro Princípio.
As palavras são um subterfúgio, um adorno para embelezar e atrair nossa atenção. E como qualquer adorno, pode ser valorizado mais do que é necessário.
O silêncio diz tudo. Basta saber ouvi-lo!

Beijos e borboleteios!

Vivian disse...

...nas horas de intenso silêncio, é que podemos ouvir a voz da razão, esta que não nos engana jamais...e calar, em muitas situações isso quer dizer "FIM"...fui fundo, né? rss...vim pelo nome, e tô aqui proseando com teus lindos escritos...muahhhh

Mello disse...

Este texto demonstra grande sofrimento. A espera é sempre dolorosa e corrói a alma. Sempre foi um grande problema as esperas canso-me antes do tempo. Aprendi, depois de muitas quedas, que a vida é muito curta para sofrer por quem não nos entende e vive só para si.

Beijinhos,

Graça Mello

Val disse...

Boa noite,vim conhecer seu blog parabéns linda sua poesia.http://doce-segredo.blogspot.comenha conhecer o meu blog.
Beijos