sábado, 7 de agosto de 2021

Saindo do Armário pela segunda vez

 

Olá meu nome é André, mas eu nem sempre fui André. Por 48 anos fui Andréia e para alguns ainda sou Andreia. Estranho estar aqui e tentar colocar em poucas linhas tudo que vivi nestes anos todos e o que venho passando nos dois últimos dois anos.
Nasci em uma cidade do interior de São Paulo com pouco mais de 50 mil habitantes, nos anos 70. Sendo criada por minha Avó e 1 Tio. Minha mãe não tinha como cuidar de mim. Passei pelos anos 80, 90 e parte dos anos 2.000 tendo que lidar com meu jeito estranho de ser, sem entender o por que de meus familiares sempre brigarem comigo, sobretudo por não gostar de usar roupas de meninas e viver no meio dos meninos fazendo coisas que naquela época eram tidas masculinas ( jogar bola, bets na rua, empinar pipa e por ai vai). Preferia o Falcão e o Superman do Christopher Reever do que as Barbies. Foram surras, xingamentos entre outras coisas, mas como bom Virginiano que sou, minha teimosia vencia e por fim deixavam Eu usar minhas bermudas e meus tênis bambas e por fim já mocinha calças compridas e camisas ao invés de vestidos e saias.

Foi logo depois dos falecimentos de minha Vó e da minha Mãe que as coisas começaram a mudar e Eu passei a compreender um pouco mais o que Eu era e como isso afetava minha vida de forma profunda de um jeito que na minha inocência nunca havia parado pra pensar. Foi uma briga com minha irmã do meio que me jogou no chão e fez Eu ver que Eu era diferente. Até então tinha pra mim que não gostar de coisas femininas era normal e não uma coisa proibida como era no final dos anos 90 e começo dos 2.000. Foi ai que comecei a conhecer pessoas iguais a mim e arrumei até uma namorada a qual mantive um relacionamento de quase 10 anos. Foi a primeira vez que sai do armário, mas o meu armário tinha uma segunda porta e essa porta que se abriu em 2020. Até então ela tinha uma pequena fresta e o meu Eu verdadeiro tinha medo de sair de lá. Afinal lá era quentinho, sossegado e não tinha barulho ´para incomodar e o meu Eu tinha e ainda tem medo do que ele podia encontrar quando saísse de vez.

Daí veio a Pandemia no final de 2019 e todo 2020. Até ai eram já 6 meses presa dentro de casa e 2 anos sem ver a namorada. Fim de relacionamento em julho de 2020 e aquela surtada básica dentro de casa sozinho e você começa a pensar em um monte de merdas, afinal sua vida é um poço de merda e você está triste, solitário e acha que não tem solução a não ser colocar um ponto final em tudo. Porém por incrível que pareça no momento mais difícil em que você está prestes a fazer aquela merda sem volta, uma notificação no celular e sua curiosidade o levam a parar que estava fazendo e você engata uma conversa de por horas com sua amiga que mora a mais de 5 horas de você e nesse momento chora igual criança e descobre que sair pela Segunda vez do armário não é tao ruim assim e o que precisa é apenas um pouco mais de coragem, coração e que o André estava sufocado naquele lugar e que já era mais que hora dele sair e começar a viver dele.

Pra concluir. Hoje 1 ano pós fim de relacionamento to fazendo acompanhamento psicológico online com uma psicologa maravilhosa do Projeto “Transcender LGBTQIA+, também estou em busca de tratamento médico via HC de Ribeirão Preto para fazer minha cirurgia de retirada de meus intrusos e tratamento hormonal e tento manter meu psicológico e minha auto estima o mais elevada possível. Sei que o caminho é longo até chegar onde quero, mas o importante é que estou muito mais feliz hoje do que estava a 6 meses atrás. Prazer sou o André - Homem Trans tentando se reencontrar e encontrar seu lugar no mundo. Obrigado pela sua atenção.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Mudanças

Desculpe-me pela minha falta e por te abandonar. Eu sei foi injusto e não posso cobrar o seu perdão, mas aqui estou.
Muita coisa rolou na minha vida nos últimos anos e achei que não precisaria mais de você meu bom amigo e errei feio.
Sim aconteceram coisas bem legais e outras nem tanto. Falar das legais é até fácil o meu  problema é falar das difíceis e chatas. Sabe relendo alguns escritos aqui de anos atrás sinto que o meu vazio e a dor que sinto não sumiram, na verdade acho que as coloquei num compartilhamento a parte igual Clarke fez em The 100 quando sua consciência ficou presa junto a de Josefine, para evitar que ela a dominasse ou quando Brainy para se poupar da dor e das frustrações por não entender a natureza humana as guardou em um Bit de sua memória e ambos falharam miseravelmente (nossa ando vendo Supergirl e The 100). Enfim este último ano não tem sido fácil, na verdade nunca foi como todos os outros e eu apenas evitei olhar problemas e fui levando.
Pandemia, família, amigos, trabalho, ou falta dele, frustrações e mais uma porrada de coisas que evitei enfrentar por saber que não teria forças suficientes para vencer. Não que eu não tivesse coragem pra isso, mas deixar pra lá e guardar doía menos que enfrentar.
E ainda agora escrevendo aqui novamente, relendo coisas antigas e reencontando outras que deixei meu peito aperta e tenho vontade de chorar, chorar largado como aconteceu meses atrás quando uma vontade maior que o universo de sumir me levou... Enfim muita coisa mudou mesmo no último ano. Só q não sei como lidar com isso e nem por onde começar.
Das coisas chatas e ruins que me aconteceram foi o Adeus de Marisa. Achei que ela ia ser pra sempre e se falar que não doi e sinto falta das nossas longas conversa vou estar mentindo. Ah isso ainda dói e as vezes me pego mensando nela.
Sobre as boas é que tenho uma afilhada linda, esperta, geniosa e brava. Ah ela é a melhor parte do meu dia. Também parece que estou me descobrindo enfim apesar de não saber onde essa minha caminhada vai me levar. To seguindo maré.


sexta-feira, 16 de abril de 2021

Não sinta inveja, conquiste o seu!

As vezes desejamos tantas coisas na vida, mas nos frustramos por não termos conseguido os resultados que tanto esperamos.

Isso faz com que olhemos para algumas pessoas/situações e sintamos aquela pontinha de inveja negra.

Não, isso não é nada saudável!!!
Inveja: não importa a cor, ela não faz bem para quem é invejado e muito menos por quem inveja!

Lembre-se:
Toda vez que um resultado não da certo é porque houve falha no teu planejamento!
E planejamento e organização andam abraçadinhos e de mãos dadas!

A inveja vem da sensação de incapacidade de conquistar. É quando você não consegue parar de cobiçar a conquista do outro ao invés de ir cuidar das suas próprias conquistas.
É quando você está com a auto estima baixa, pensamentos carregados e a vida desorganizada.

Não inveje, não cobice, não deseje o que não é seu!
Cada pessoa sabe o custo da sua própria vida e o preço pago por isso.

Portanto, não inveje, conquiste o seu!!

Uma semana linda e cheia de boas energias para todos nós! :)