domingo, 7 de setembro de 2008

Carta à uma amiga

Opa Maree dá licença de Eu entrar na sua casa?

Hoje eu vi as fotos de seu álbum “Gostava Tanto de Você”, na hora me bateu uma dor no peito, um sentimento de nostalgia, a falta de algo que Eu não sabia bem o que era e me senti um pouco vazia, talvez por que também compartilhe com você essa mesma dor da perda de pessoas que amava e que se foram embora, umas em vida outras porque assim deus o quis.
Depois essa sensação passou e à medida que ia vendo as fotos meu ser foi se enchendo novamente de amor, paz e serenidade, pois vi que em cada uma das fotos que ali estavam postadas você expressava o seu AMOR latente por sua mãe, um amor puro, simples e verdadeiro, que embora tivesse seus altos em baixos, culminava sempre no melhor de todos os gestos que pode existir entre duas pessoas que se amam: O RESPEITO.
Sabe Mary, perder alguém que a gente ame muito (Eu sei que você a amava intensamente a cada dia, hora, minuto e segundo de sua vida), nunca é uma condição fácil de aceitar, por mais que o tempo passe e as feridas cicatrizem a gente sempre espera no café da manhã, no almoço, no jantar e na hora de se deitar que a pessoa que se foi uma hora volte para junto de nós e que tudo não passado de apenas um sonho ruim e que seus braços nos envolvam num abraço terno e protetor como só elas sabem nós dar.
Mas creio Mary que mesmo tendo tido pouco tempo com ela, você tenha conseguido absorver dela tudo de bom que ela foi enquanto esteve ai do seu lado, que cada não que ela lhe tenha dado mesmo que fosse para o seu bem, você tenha compreendido que nada mais era que o gesto de um ser que se sentia responsável pela vida que colocará no mundo e que gostaria de ver crescer imbuída das mais nobres e preciosos bens que se podem ter no mundo que são: HONESTIDADE, CARATER, HONRATEZ, HUMILDADE E AMOR, pois todos em conjunto são as bases para fazerem cidadãos de bem e era isso com certeza que sua mãe falava ao seu pai, quando deitados conversavam sobre o futuro de seus filhos.
Creio ainda Mary que você não a perdeu de forma alguma, pois embora ela tenha ido tão cedo e tão jovem de alguma forma você a carrega consigo em seu coração (lugar que embora seja um órgão humano) guarda todos os mais belos e fortes sentimentos dos seres humanos, talvez seja por isso que soframos tanto, pois o CORAÇÃO suporta todas as nossas dores sejam elas físicas ou sentimentais e as nossas alegrias. Coitado dele tantas e tantas vezes posto a prova que às vezes nos prega peças, mas ele é forte e isso nos fortalece e nos ensina que por piores que sejam as nossas dificuldades sempre iremos superá-las cedo ou tarde.
Perder alguém especial como um amigo, uma irmão, um parente ou um dos pais é sem dúvida umas das experiências mais difíceis pela qual cada ser humano está sujeito a passar, mas quando se tem amigos e alguém que possa nos apoiar por mais duro que seja a gente consegue senão arrancar a dor do peito, ao menos aplacar a vontade de sair pelo mundo gritando que isso foi injusto e incorreto e foi sim, Sempre é, mas infelizmente são coisas que não podemos mudar e só aceitar embora nossa vontade seja dar a eles de volta a vida.
Falo que divido com você essa dor, porque também eu, perdi minhas duas mães: Minha Vó que me criou e minha Mãe a que me deu a vida e meu como sinto falta das duas e dos nossos momentos, sobretudo dos vividos com a Vó e dos seus carinhos, não que eu não sinta a falta da Mãe, mas são sentimentos diferentes para duas pessoas que eu amo, mesmos elas não estando mais aqui, pois me fazem falta. Ó como se fazem.
Enfim Maree, num sei se você vai achar isso aqui tudo que eu escrevi uma grande estupidez, mas nessas poucas linhas estão expressos todos os sentimentos que tenho aqui comigo e que embora sejam muitas vezes sem nexo, fazem de mim o que eu sou.
Perdoe-me por entrar sem que você tenha me permitido, mas eu precisava te dizer tudo isso.

Se cuide e seja feliz, pois era e é isso que sua mãe te deseja.
Bjo no seu coração

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